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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A PULSÃO SEXUAL

A pulsão sexual
A “pulsão sexual” precisa ser saciada tanto quanto a fome. É um pouco estranho porque o desejo sexual não que não chega a relação sexual não afeta o organismo e nem mata, mas a fome mata, isso do ponto de vista fisiológico, mas do ponto de vista psicológico, segundo Freud, o desejo reprimido é causa de neuroses. Comparado à fome do desejo sexual pode ser colocado em segundo plano quando a intensidade da fome for um caso de vida ou de morte. Provavelmente entre a saciedade da fome e do desejo sexual, um faminto ao extremo, suponho, escolheria saciar sua fome. Alimentar-se seria uma questão de vida ou de morte para ele.
O sexo é inerente ao ser humano e é porte da sua vida, ou melhor, é sua vida desde o ventre materno até a hora da morte do indivíduo. As satisfações sexuais têm variantes diversas e é sobre elas que Freud faz as reflexões nesses artigos. Vejamos algumas dessas variantes.
Bissexualidade
As necessidades sexuais podem serem “saciadas” tanto entre pessoas do mesmo sexo como de sexo oposto, já que o ser humano, segundo Freud, é bissexual.
Perversões
As perversões dão-se quando o alvo sexual é distorcido e acontecem as parafilias, que  são padrões de comportamentos sexuais nos quais as fontes de prazer não é o ato sexual em si mas outras atividades sexuais, às vezes estranhas aos caminhos normais que levam à cópula.
Homossexualidade
Freud trata a homossexualidade como uma prática anormal, uma fez que chama a prática heterossexual de “ato sexual normal”. “Alguns aceitam a inversão como algo natural, tal como os normais aceitam a orientação de sua libido e defendem sua igualdade de direitos com os normais”. Essa observação de Freud é interessante para a reflexão do debate entre os defensores dos direitos dos grupos gays. No entanto deve-se considerar Freud no seu tempo, com o estágio da ciência de então. Mesmo assim as observações dele com relação aos invertidos vão além do seu tempo. Para ele os invertidos não são degenerados, no sentido de degeneração de sua época. Ele enumera várias nuances de invertidos. Dentre suas observações estão: 1) Encontra-se a inversão em pessoas que não apresentam desvio da norma, portanto normais. 2) Pode ser encontrada a inversão em pessoas eficientes e que inclusive se destacam por um desenvolvimento intelectual e uma cultura ética particularmente elevados. Por fim ele observa que a inversão é “extremamente difundida em muitos povos selvagens e primitivos, aos passo que o conceito de degeneração costuma restringir-se à civilização elevada...” Freud explica os vários tipos de inversão considerados por ele como caráter inato, e dá duas explicações para a inversão; a homossexualidade prematura e as influências externas. Por fim ele diz que seria assombrosa quando fosse uma característica inata e que se pensasse em trata-la através da hipnose.
Bissexualidade
Freud traspõe as questões biológicas para o campo psíquico. O hermafroditismo biológico pode ser analogamente, tratado como hermafroditismo psíquico. Apesar de ser uma boa ideia, Freud diz que “não é possível imaginar relações tão estreitas entre o suposto hibridismo psíquico e o hibridismo anatômico comprovável”. A doutrina da bissexualidade foi exprimida por um porta-voz dos invertidos masculinos. A substituição do problema psicológico pelo anatômico é inútil, segundo Freud. Ele faz essa referência em relação à ideia de “um cérebro feminino num corpo masculino”.
A bissexualidade dota o indivíduo tanto de centros cerebrais masculinos como femininos, mas Freud dez que esses “centros” masculinos e femininos “nem sequer sabemos se cabe presumir, para as funções sexuais, áreas cerebrais delimitadas como as que supomos para a fala”.  Freud só podia explicar a bissexualidade e a homossexualidade a partir dos conhecimentos do seu tempo como já ficou referido nesse trabalho. Cabe-nos aprofundar as sugestões dele utilizando-nos dos conhecimentos do nosso tempo.
Desvios e perversões
Pedofilia
Freud vê os pedófilos como indivíduos covardes e trata a pedofilia como aberração sexual.
Uso sexual da mucosa dos lábios e da boca
O uso da boca com órgão sexual é considerado como perversão quando a parte oral entra em contato com as genitálias.
Relação sexual anal
O interesse sexual por outra partes do corpo, segundo Freud, proclama a intenção do apoderamento do objeto sexual em todos os sentidos. Certas partes do corpo como as mucosas anais e bucais aparecem frequentemente nas relações sexuais.
Fetichismo
A substituição do objeto normal por outro que guarda relação com ele, mas que é impróprio para servir de alvo sexual normal. O fetichismo só é patológico quando é vivenciado de forma exagerada.
Relações sociais e desvios sexuais
A anormalidade manifesta nas outras relações da vida, que não as sexuais, costumam mostrar invariavelmente um fundo de conduta sexual anormal. Talvez justamente nas perversões mais abjetas é que devamos reconhecer as mais abundante participação psíquica na transformação da pulsão sexual. A pulsão de crueldade em suas formas ativa e passiva é indispensável à compreensão da natureza sofrida dos sintomas e domina quase invariavelmente uma parte da conduta social do doente. A partir dessas considerações de Freud entende-se que as perversões pesadas em desvios sexuais como sadismo, masoquismo, necrofilismo etc. derivam de desvios sexuais.
Sexualidade infantil
Os neuróticos preservam o estado infantil de sua sexualidade. Freud estuda a sexualidade adulta através do estudo da evolução da pulsão sexual desde a infância. Ele faz referências a várias manifestações de prazer que a criança revela desde a fase a amamentação e toma como exemplo dessas manifestações o chuchar já que o mesmo não estaria ligado apenas ao ato da alimentação em si. Nesse sentido o chuchar é uma prática auto erótica que satisfaz o próprio indivíduo que a pratica. Talvez não haja ligação desse ato com nenhuma satisfação sexual, mas ele pode está na base de todas as satisfações. Essa prática é classificada como o primeiro prazer da criança e se manifesta já no útero materno; é o prazer oral. Após o nascimento temos o prazer anal e Freud faz relação desse prazer com alguns sintomas revelados em comportamentos relacionados ao intestino.
Na sexualidade infantil a zona genital não desempenha o papel principal nem pode ser portadora das moções sexuais. A sexualidade infantil é o germe que segue uma trajetória e desabrocha na vida adulta, conforme seu desenvolvimento seu desabrochar pleno poderá ser normal ou partir para as perversões leves e até graves. O desfecho do desenvolvimento constitui a chamada vida sexual normal do adulto.
Conclusão
A nossa sexualidade nasce conosco e não vem misteriosamente em nossa vida num momento posterior. É ela que dá o colorido às nossas relações sociais primeiro com nossos pais. Se nossa infância não foi bem conduzida no aspecto sexual vivemos neuróticos na vida adulta. O desenvolvimento sexual infantil carregado de tabus e vivências negadas deixa marca no inconsciente gerando angústias a atitudes conscientemente não explicáveis numa vida adulta madura. A fonte das perversões sexuais está na vivência infantil, daí a importância de uma educação sexual praticada nas escolas e difundida por toda a sociedade ser necessária para a formação de um mundo mais humano no sentido pleno de humanidade madura. A conduta sexual está lado a lado, emparelhada com a conduta não-sexual. O indivíduo é único e sexuado e como tal se insere na sociedade, muitas vezes com todas suas neuroses provenientes de má formação da sexualidade. Freud nos deu uma grande contribuição com o estudo da sexualidade infantil.

BIBLIOGRAFIA
OVERSTREET, Harry Allen. A Maturidade Mental. São Paulo. Companhia Editora         Nacional, 1978.

FREUD, Sigmund. Um caso de Histeria. Três ensaios sobre a teoria da Sexualidade e outros trabalhos – Apostilha.

Um comentário:

Carolina Torres Psicóloga disse...

Olá,
muito leggal o blog! Aproveito para divulgar meu blog, com eventos e cursos em psicologia em São Paulo!
existepsicologiaemsp.blogspot.com.br
Um abraço,
Carol