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sexta-feira, 31 de julho de 2020

Comportamentos suicidas em crianças e adolescentes

    Os comportamentos suicidas requerem encaminhamento psiquiátrico. Nesta abordagem trato apenas desse comportamento em crianças e adolescentes.
    Em adolescentes o suicídio é a segunda ou terceira causa principal de morte entre os 15 e 19 anos. Tornando-se, assim, uma questão de saúde pública. O comportamento suicida em crianças e adolescentes muitas vezes é influenciado pela presença de outros transtornos mentais e outras doenças que afetam o cérebro. Mas há também fatores sociais e psicológicos como; ausência de limites, que levam os jovens a uma sensação de abandono e falta de direcionamento da vida, pressão intensa dos pais ou responsáveis, para eles serem bem sucedidos, causando na criança um sentimento de incapacidade para corresponder ao esses anseios dos pais, que são muito comuns na fase da adolescência dos filhos. Também o suicídio tem o objetivo de punir as pessoas amadas para que elas fiquem sofrendo pelo resto de suas vidas com a morte do entre querido.
    Como ajudar às pessoas com ideias suicidas: cuidado clínico levando ao psiquiatra, atenção e cuidado da família e dos amigos, sem, no entanto, ficar comentando com a pessoa sobre seu problema, levar a sério seus comentários suicidas, não subestimar, mas também não alimentar.
    Observação do comportamento suicida: alterações de comportamento, desânimo, auto-estima baixa, alterações do sono e do apetite, falta de concentração na escola e abandono de realização de tarefas escolares, queixas de dores sem motivos físicos. Colocações como: "deveria não ter nascido", "queria dormir e nunca mais acordar", "quero morrer", "ninguém se importa comigo", "essa vida não presta". Essas afirmações e outras nesse sentido, complementadas com as manifestações já descritas, devem ser levadas a sério como indicativo de comportamento suicida. A ameaça ou a tentativa de suicídio representam uma importante comunicação sobre a intensidade do desespero da pessoa. Esses comportamentos já são motivos para o encaminhamento dessa criança ou adolescente ao médico. Não ficar esperando para ver o que irá acontecer, mesmo porque esses sentimentos, mesmo que não levem a pessoa a tentar se matar, já são bastante indicativos para o encaminhamento clínico. Por que médico? Porque a causa do comportamento suicida, está muitas vezes ligada à depressão maior que é uma disfunção neuroquímica e requer tratamento químico, isto é, medicamentoso e somente o médico poderá diagnosticar e prescrever.
     Conjuntamente com o médico pode-se ou deve-se tratar também com psicólogos, psicanalistas ou hipnólogos. Prestar atenção no andamento do tratamento psicológico e nos seus resultados para se for o caso redirecionar. Procurar ajuda no serviço de saúde mental e nos postos da família.
    Próximo tema: Obesidade infantil.

Professora Josefa Libório: psicanalista e hipnoterapeuta.
    

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Autolesão não suicida (ALNS)

    Na escola, enquanto professora, me deparei com muitos adolescentes que se autolesionavam, a maioria meninas. Eles escondiam os braços, pernas e coxas cortadas de gilete, estilete, caco de vidro e qualquer material cortante ou perfurante, também se queimavam com pranchas de cabelo e cigarros acesos. quando eles se dispunham a mostrar as feridas eu sentia a altura do grito impresso naqueles riscos feitos na pele. Muitos estudiosos chegaram à conclusão de que um dos motivos da autolesão é querer aparecer, mas era bem difícil convencê-los a mostrar suas lesões. Na minha observação, cheguei à conclusão de que esse comportamento autodestrutivo é uma forma de exteriorização do grande sofrimento psíquico pelo qual passam esses jovens. No entanto, a autolesão não tem um só motivo, muitos a usa para se auto-punir, outros sentem prazer em se ferir, mas no geral é um pedido de socorro aos adultos, é a forma que eles encontram para dizer que estão precisando de ajuda. Normalmente eles usam blusas de frio para encobrir as cicatrizes, mesmo que esteja fazendo o maior calor.
    Esse comportamento sugere que o adolescente está passando por momentos muito difíceis. Muitas vezes são comportamentos de autopunição, eles podem achar que merecem, também há a questão da imitação, muitos fazem essas marcas no corpo em grupos, mas não deixa de ser um motivo para que os familiares, professores e amigos os oriente a buscarem ajuda profissional. 
    Muitos adolescentes vão aprofundando as autolesões  e podem chegar até ao suicídio. Há outros fatores de riscos na autoflagelação quando associada com outras condições psiquiátricas. 
    Em todas as escolas, mais precisamente onde há o Ensino Médio, há adolescentes que se autolesionam. Os professores ou a direção da escola devem entrar em contato com a família do adolescente e providenciar o encaminhamento para o acompanhamento médico e/ou psicológico.
    O comportamento parece diminuir após a idade adulta. A Terapia Cognitivo-comportamental pode ser eficaz em muitos casos. Há outros acompanhamentos psicológicos que surtem efeitos. Todo profissional da área psi está capacitado a acompanhar o adolescente nessas condições de saúde. Se o comportamento for apenas de se machucar sem que haja um comprometimento psicológico associado, um psicologo resolve, se houver comorbidades mentais então o profissional indicado é o psiquiatra.

Próximo tema: Comportamentos suicidas em crianças e adolescentes.
Professora Josefa Libório: psicanalista e hipnoterapeuta.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Dislexia

    É um termo específico do transtorno de leitura.
    Muitas crianças de escolas públicas (15%), recebem instruções específicas para problemas de leitura e metade destes tem inabilidades persistentes de leitura. Os meninos são mais afetados do que as meninas. As crianças afetadas podem ter dificuldades de determinar a raiz das palavras e, na palavra, determinar a sequência das letras.
    A dislexia pode se manifestar como:
    - Atraso na aquisição da palavra;
    - Dificuldade na articulação das palavras;
    - Problemas com análise de sons (dislexia fonológica);
    - Problemas com o reconhecimento visual e estrutural das palavras;
    - Problemas com compreensão de expressões escritas ou grafia (disgrafia);
    - Problemas com matemática e dificuldades para solucionar questões simples (discalculia);
    - Dificuldades na formação de conceitos básicos e inabilidade para adquirir aptidões de computação (anaritmia);
    - Dificuldades para recordar palavras e solicitar informações da memória (afasia anômica, disnomia);
    - Dificuldade de lembrar os nomes das letras, números e cores;
    - Dificuldades em lidar com a palavra, mesmo tendo habilidades normais com a matemática.
    As crianças com problemas fonológicos, têm dificuldades de diferenciar os sons e o ritmo das palavras. São comuns as dificuldades da memória auditiva recente. Algumas crianças com dislexia confundem letras e palavras com configurações semelhantes ou têm dificuldade de selecionar ou identificar visualmente, grupos ou padrões de letras (associação som-símbolo), isso as leva a confundir os nomes das letras e de palavras com estrutura semelhante ( d torna-se b, m torna-se w, h torna-se n, foi torna-se viu, aceso torna-se não) essas confusões são normais em crianças com menos de 8 anos de idade, mas não com todas.
    Dislexia é um problema para a vida toda, mas algumas crianças, com acompanhamento adequado, desenvolvem aptidões de leitura funcional, outras nunca alcançam a alfabetização adequada. 
    O tratamento da dislexia consiste em intervenções educacionais, instruções direta de fonéticas específicas, que podem ajudar na leitura da palavra, instruções que ensinem à criança a combinar os sons para formar a palavra e identificar as posições dos sons nas palavras.
    A psicopedagoga ou a pedagoga da escola, saberá utilizar outras técnicas adequadas, e são muitas. O importante é que se faça essa intervenção ainda na fase de alfabetização.    
    A dislexia provavelmente está ligada a uma má formação congênita que afeta áreas do hemisfério esquerdo do cérebro responsáveis pela associação da linguagem, produção de sons e da fala.
    No diagnóstico devem ser descartados problemas auditivos, visuais, psicológicos e cognitivos.
    Os meninos disléxicos são muitas vezes alvos de bullying dos colegas e até dos professores que às vezes não aprenderam a lidar adequadamente com o problema. Torna-se necessário que os pais estejam orientados para ajudarem seus filhos com esse problema na idade certa.
    Há muitos cientistas e doutores disléxicos. Há disléxicos em todas as profissões, mas não sem uma boa orientação na fase de alfabetização e um trabalho conjunto de professores, pedagogos, psicólogos e familiares.
    Próximo tema: autolesão não suicida (ALNS).
Professora Josefa Libório: psicanalista e hipnoterapeuta.

     

terça-feira, 28 de julho de 2020

Transtornos de aprendizagem

    Os transtornos de aprendizagem são considerados problemas de desenvolvimento neural, como o autismo. Eles ficam evidentes na infância, geralmente antes da idade escolar. A criança com esses transtornos fica afetada no seu desenvolvimento pessoas, social, escolar e tem dificuldade de conseguir habilidades ou conjuntos de informações específicas, pois os transtornos de aprendizagem envolvem distúrbios de atenção, memória, percepção, linguagem e interação social. 
    As capacidades afetadas por esses transtornos compreendem:
    - Leitura de palavras imprecisas, lenta e/ou que requer esforço.
    - Dificuldade para compreender o material escrito.
    - Dificuldade de grafia (muitos erros gramaticais e de pontuação, ideias mal expressadas).
    - Dificuldade de resolver cálculos simples na matemática.
    Essas habilidades devem estar abaixo do nível esperado para a idade da criança e também serem observadas nas atividades corriqueiras do dia-a-dia. A dificuldade acompanha a criança também em atividades não escolares.
    - Esses transtornos ocorrem mais nos meninos em 80%, isto é: para cada menina afetada existem cinco meninos, de acordo com o DSM 5.
    Algumas causas envolvidas nesses transtornos.
    - Doenças e/ou usos de drogas, (álcool, fumo e outras drogas) durante a gestação.
    - Nascimentos prematuros.
    - Asfixia perinatal.
    - Fatores genéticos.
    - Desnutrição da gestante ou da criança já nascida.
    Tratamento:
    - Acompanhamento psicopedagógico.
    - Terapias Cognitiva Comportamental.
    - Fonoaudiologia.
    - Se necessário, medicamentos com prescrições médicas.
    O diagnóstico é clínico e deve ser feito através de avaliações médica, psicológica e psicopedagógica.

Próximo tema: Dislexia.
Professora Josefa Libório: Psicanalista e hipnoterapeuta.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Transtorno do espectro autista

    Transtorno do espectro autista é um distúrbio do desenvolvimento neural do feto. Na maioria das crianças a causa é desconhecida, alguns casos são genéticos. 
    Desde a mais tenra infância esse transtorno já pode ser detectado por pediatras e neuropediatras, já que se trata de distúrbios do neurodesenvolvimento, o neuropediatra entra com sua contribuição para o diagnóstico. Os pais, no entanto, devem começar a avaliação por meio de um pediatra que fará os encaminhamentos. Autismo não não tem cura por se tratar de uma condição neurológica, mas tem tratamento com acompanhamento psicológico, psicopedagógico e em casos mais acentuados, a criança, ou já adulto, necessitará também de medicamentos. Isso por conta de algumas comorbidades.
    Então distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizam distúrbios de atenção, memória, linguagem, solução de problemas e interação social.
    O tratamento comporta terapia comportamental, fonoterapia, terapia ocupacional e medicamentos, quando for necessário.
    A fonoterapia deve começar o mais cedo possível para que a criança possa se comunicar através dos sons e/ou da fala, pois não conseguir dizer o que quer ou o que está sentindo, causa momentos de tensão tanto para os pais como para a criança. Quem tem uma criança autista em casa precisa de orientação profissional para aprender a lidar com ela sem se estressar e nem causar estresse na criança. Os pais terão que colaborar com a escola e se dedicar o máximo a ajudar no desenvolvimento dessa criança. Desde cedo, os pais de baixa renda podem buscar o diagnóstico e recorrer ao auxilio do governo para custear, ou pelo menos ajudar nas despesas da criança. Na internet existem grupos de mães e pais de autistas, é bom fazer parte de pelo menos um desses grupos para troca de experiências.
    Os sintomas mais comuns são:
    - Déficits persistentes na comunicação e interações sociais.
    - Padrões restritos de comportamentos, interesse e/ou atividades.
    - Em casos mais acentuados, comportamentos repetitivos de movimentos físicos, são os padrões de repetição de movimentos.
    - Incapacidade de interagir socialmente, ficando ausente ao que se passa à sua volta.
    - Isolamento social.
    A primeira atenção dos pais deve se voltar para o comportamento da criança quando ela tem atraso no desenvolvimento da linguagem e não aponta coisas de seu interesse que estão distantes dela. A criança, já como um ano não é capaz de apontar um objeto de seu interesse e indica esse objeto apenas pelo toque físico ou usa a mão do adulto como ferramenta para essa indicação. Esse comportamento da criança deve ser motivo de busca de ajuda por parte dos pais, mas não são causa de diagnóstico, uma vez que só um profissional habilitado pode diagnosticar.
    Numa fase da criança mais velha, se os pais ainda não buscaram ajuda para o diagnóstico e tratamento nos primeiros sintomas, eles devem observar falas e movimentos repetitivos, alinhamento de brinquedos, rotinas fixas, rituais, interesses fixos em determinados objetos e auto-agressão.
    Quando a pessoa com transtorno autista se torna adulta, se o transtorno for leve e não tenha recebido tratamento na infância, o adulto pode apresentar aversão extrema a cheiros, aromas, à algumas texturas e demonstrar indiferença aparente à dor. 
    Espectro autista porque tem variações de leve a moderado, a grave e a muito grave. 
    Se você conhece alguma criança que se enquadre em qualquer uma dessas descrições, e que não esteja sendo tratada adequadamente, oriente os pais a buscar ajuda profissional.
    O bem muitas vezes é praticado por meio de apenas poucas palavras.

    Próximo tema: Transtornos de aprendizagem.
    Professora Josefa Libório: Psicanalista e hipnoterapeuta

domingo, 26 de julho de 2020

TDAH - Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

A síndrome de desatenção e hiperatividade se manifesta basicamente de três maneiras: desatenção, impulsividade, e desatenção/impulsividade. O tratamento dá-se por meio de Terapia Comportamental Cognitiva, intervenções psicopedagógicas e dependendo do grau, com medicação, nesse caso somente médicos podem prescrever. É perigoso medicar uma pessoa, adulta ou criança,
por indicação das amigas e vizinhas que têm filhos já diagnosticados com TDAH e com medicação prescrita. Também a política dos medicamentos controlados é uma das melhores intervenção pública na saúde humana.
O TDAH é um distúrbio do neurodesenvolvimento, isto é, carece de tratamento adequado, pois se trata de uma condição física que não pode ser mudada com castigos, como muitas mães e pais agem. Esse distúrbio aparece já na infância, geralmente antes da idade escolar. Ele prejudica o desenvolvimento da da convivência entre as crianças e àqueles que cuidam dela. Não são todos os comportamentos impulsivos que caracterizam o TDAH, por isso a importância de um acompanhamento profissional. O diagnóstico é clínico, isto é, somente o médico pode diagnosticar. Muitas mães e pais querem diagnosticar seus filhos e já passar para a medicação, exigindo dos médicos que prescrevam. Às vezes quem está carecendo de orientações são os pais.
Distúrbios de neurodesenvolvimento é sério e podem envolver déficit de atenção, memória, percepção, linguagem, aprendizagem matemática, prolemas de convivência. Não é uma simples impulsividade, própria da maioria das crianças que é um TDAH. Não se pode contribuir para a indústria dos remédios sem que se tenha um diagnóstico feito por um profissional competente. Sempre é recomendado procurar ajuda médica ou psicológica entes de enveredar por atitudes anacrônicas de castigos físicos e psicológicos. Muitas mães e pais no afã de mudarem o comportamento de seus filhos, tomam atitudes que os levam a uma piora do quadro clínico. 
O TDAH inclui fatores genéticos, bioquímicos, sensório-motores, fisiológicos e comportamentais. Algumas crianças com TDAH apresentam lesões neurológicas. As causas podem remontar à formação do feto quando exposto ao álcool, fumo e outras drogas como por exemplo; mães que usaram química à ase de chumbo nos cabelos durante a gestação.
O TDAH persiste durante a vida adulta em cerca de metade dos casos. Quando um adulto com pré-diagnóstico de TDAH entra em tratamento o médico busca informações da sua infância para poder fechar o diagnóstico.
Então mães e pais, não maltratem seus filhos, TDAH é tratável, busquem ajuda.

Próximo tema: Transtorno do Espectro Autista.
Professora Josefa Libório: Psicanalista e Hipnoterapeuta.

sábado, 25 de julho de 2020

Compulsão alimentar

Caracteriza-se por episódios recorrentes de consumo de alimentos em grandes quantidades. Esse transtorno não leva a pessoa a induzir vômitos nem a tomar laxantes, esse comportamento caracteriza outro transtorno, que não a compulsão alimentar. O tratamento mais indicado é a Terapia Cognitiva Comportamental, aplicada por psicólogos. A psicanálise também trata esse transtorno através da investigação das causas que levaram a pessoa a esse comportamento e da resinificação do acontecimento ou dos fatos ocorridos que desencadearam o problema. A hipnoterapia pode buscar a solução através da regressão de memória, também colocando o cliente em contato com o fato verdadeiro ou fictício, que está na raiz desencadeadora da compulsão. É um pouco semelhante a abordagem psicanalítica, só que a abordagem psicanalítica passeia por diversos traumas e a hipnose tem uma abordagem mais focada em um ou dois acontecimentos do passado da pessoa. A hipnose "quebra" a cadeia que liga a compulsão à causa desencadeadora da mesma e também dá caminhos para que a pessoa faça exercícios de relaxamento que vai acalmá-la e tirar a importância das compensações, qualquer que sejam elas.
Após um episódio compulsivo por alimentos a pessoa se sente como se tivesse perdido o controle. A maioria das pessoas obesas são vítimas dessa compulsão que tem causa psicológica, por isso deve ser tratada por um profissional da área psi.
Há medicamentos supressores de apetite, que se mostraram eficazes enquanto a pessoa os usavam, mas sua eficácia, além de temporária, não traz segurança no que se refere ao seu uso a longo prazo. O mais indicado é que a pessoa fuja das situações estressantes, faça exercícios leves e foque num corpo saudável, enquanto não busca ajuda psicológica.
Próxima postagem: TDAH - Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
Professora Josefa Libório: Psicanalista e Hipnoterapeuta

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Ansiedade de doenças - Hipocondria

Transtorno de ansiedade de doenças, é o que chamávamos de hipocondria. Devido ao sentido pejorativo da palavra, atualmente hipocondria passou a ser denominada de transtorno de ansiedade de doenças. É o medo exagerado de adoecer. Esse transtorno é diagnosticado quando o medo exacerbado de de ter doenças dura mais que seis meses.
Nesse tempo da covid 19, a pessoa que tem TAD  fica a todo momento falando que já contraiu ou vai contrair a covid, mesmo que ela tenha passado a viver trancada em sua casa, a covid fatalmente irá atingi-la. O vírus virá com os entregadores de encomendas, nas bolsas plásticas ou mesmo no ar. Ele atravessará as máscaras, qualquer que sejam elas, e a contagiará.
O papel dos amigos e familiares é compreender a pessoa e estabelecer com ela uma relação forte e acolhedora. Essa pessoa deverá ser encaminhada a um psicólogo, psiquiatra ou psicanalista. Muitas vezes o psiquiatra deverá ser o primeiro a ser consultado, já que essa pessoa necessitará de medicamentos inibidores.
Esse transtorno aparece mais no início da fase adulta e acomete tanto homens como mulheres. Qualquer desconforto físico que essa pessoa tenha, para ela, já é uma doença grave. Ela passa a ir muito aos médicos e a se auto-medicar. Nesse contexto de ansiedade de doenças, os médicos passam a ser incompetentes, na visão dela, pois nenhum acerta os diagnósticos de suas doenças. Elas usam fazer todos os tipos de exames, desde proctologia, sangue e ultrassons etc. Os médicos não encontram nenhuma disfunção física nessas pessoas. Cabe a eles ou aos familiares providenciarem o encaminhamento psiquiátrico.
A pessoa com TAD, pode se prejudicar socialmente, se isolando e dependendo totalmente de familiares para sua manutenção econômica, pois não consegue trabalhar fora. Vive examinando a garganta nos espelhos, examinando a urina, as fezes, apertando a barriga e procurando doenças. Adoece dos rins, ovários,bexiga, gastrite, ouvidos, garganta, dentes e de todas as doenças das quais escuta notícias.
Esse é um transtorno para a vida toda, só alguns se recuperam. Não adianta tentar demover essa pessoa da crença de que ela não tem doenças. Não há muito o que a família possa fazer, a não ser reconhecer que ela tem o transtorno e encaminhá-la a um profissional que possa ajudá-la. É importante que essa pessoa não tenha acesso ao dinheiro para não usá-lo na auto-medicação. É aconselhável não falar muito com ela sobre doenças, já que esse é seu tema predileto. Somente o tratamento com profissionais pode ajudar, mas normalmente essa pessoa não ficará curada.
Há também pessoa acometida de TAD, que se recusa ir ao médico.
O amor é o melhor remédio para todas as doenças.
Próximo tema: Transtorno de Compulsão Alimentar.
Professora Josefa Libório: psicanalista e hipnoterapeuta

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Pânico - Cura pela Fala

O amor se manifesta no cuidar.
Transtorno do pânico é doença classificada no DSM e no CID.
A crise de pânico dá-se de maneira intensa, porém breve. Caracteriza-se por um grande desconforto de ansiedade e se manifesta de maneira intensa na parte física, em que se desencadeiam vários sintomas como: apneia, dificuldade de respirar, taquicardia, suores, dor no peito e nas costas, diarreia, dor de cabeça, tremores, nó na garganta, sensação de bolo no esôfago, hipertensão ou hipotensão temporárias, enquanto está durando o ataque, desmaio e até paralisia dos membros inferiores e superiores, etc. Esses sintomas, necessariamente, não precisam ocorrer ao mesmo tempo, mas a manifestação de dois ou mais deles é suficiente para alimentar a ansiedade ou mesmo piorar ainda mais a situação da pessoa que está tendo o ataque.
O indivíduo que sofre de pânico, muitas vezes confunde os sintomas com ataque cardíaco e tem a sensação de morte eminente, assustando os que estão cuidando dele. O transtorno de pânico é condição para um encaminhamento da pessoa a um profissional habilitado, como psiquiatra, psicólogo ou psicanalista, na falta desses, a um médico clínico, o mais rápido possível. O transtorno de pânico precisa ser diagnosticado por um profissional da área psi e tratado corretamente, do contrário a pessoa que tem esses ataques poderá ficar temerosa e se afastar de situações em que para ela possam ser motivo de desencadeamento do novos ataques, até que fique totalmente reclusa.
O papel da família e dos amigos, por ocasião de um ataque de pânico é tirar essa pessoa do lugar em que ela se encontra no momento, se possível colocá-la num lugar arejado e sentada. Enquanto o socorro profissional não chega, tentar acalmar essa pessoa, conversando com ela sobre assuntos que não façam referência à situação dela no momento. O objetivo é distraí-la dos sintomas. Isso vai acalmar. É preciso que quem esteja nesse papel de apoio, fique calmo, seguro e transmita essa atitude para o doente. Não é necessário dizer a ele: fique calmo, vai passar, é só um pouco de pânico, etc. O essencial é distrai-lo e não lembrar a ele dos sintomas. 
Pânico não causa morte, mas incomoda muito, tanto o doente como àqueles que convivem como ele. Muitas pessoas se recuperam sem tratamento, mas algumas desenvolvem o transtorna de pânico e precisam de acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Desde o primeiro ataque deve-se providenciar o tratamento.
Comecei fazendo referência ao DSM e ao CID.
DSM: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais.
CID: Classificação Internacional de Doenças.
Fiz referência aos dois manuais porque muitas pessoas acham que pânico é histeria e frescura e não é. Se está classificado nos manuais internacionais é disfunção da saúde, é doença e necessita de diagnóstico e de tratamento.
O amor é condição para a cura.
Próximo tema, Ansiedade de doenças (hipocondria).
Professora Josefa Libório. Psicanalista e hipnoterapeuta.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Depressão - Cura pela fala

A nossa responsabilidade com as pessoas se inicia em nossos pensamentos

Depressão é doença e como tal precisa ser tratada. Não cabe aqui fazer referências aos tipos de depressão. O objetivo é auxiliar os familiares e amigos a lidarem com pessoas deprimidas, enquanto não as encaminham para algum especialista.
Muitas pessoas em depressão têm projetos de se suicidarem e muitas vezes os amigos e familiares, com seus conselhos, levam essas pessoas a concretizarem seu suicídio. A depressão é a principal causa do suicídio. É necessário que tenhamos algumas atitudes de cuidados com familiares e amigos próximos  que achamos que estão com depressão.
A depressão traz sentimentos de desespero, abandono, incapacidade, desânimo, baixa auto-estima, e angústias. É uma condição interna do indivíduo e não adianta nada as falas de incentivos dirigidas às pessoas nessas condições. Exemplos de falas que só pioram a situação do deprimido: levante-se, passeie, saia, pense positivo, não fique o tempo todo deitado ou deitada, seus filhos ou seus pais precisam de você, se cuide, etc.. Lembrar que esses incentivos fazem com que a pessoa deprimida fique cada vez mais apavorada com a incapacidade de colocar esses conselhos em prática.
Não adiante nada dá diagnóstico, o que ajuda é aceitar o diagnóstico que a pessoa doente está fazendo de si própria, mesmo sendo falso, mas para ela é verdadeiro. Aproveitar a disposição dela em falar para ouvi-la e estimular para que cada vez mais ela fale da sua situação. Ajudamos quando ouvimos sem censurar, nem indicar soluções que não seja o encaminhamento a um profissional da área como psicólogo, psiquiatra ou psicanalista, ou na falta desses a qualquer médico clínico.
A nossa responsabilidade com essa pessoas se concretiza com nossa escuta e nosso apoio, não como profissional, querendo dar soluções e resolver, mas como o outro que acolhe, porque ama. Depressão é doença séria que mata.
Próximo tema: Transtorno de Pânico.
Professora Josefa Libório. Psicanalista e hipnoterapeuta