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sexta-feira, 31 de julho de 2020

Comportamentos suicidas em crianças e adolescentes

    Os comportamentos suicidas requerem encaminhamento psiquiátrico. Nesta abordagem trato apenas desse comportamento em crianças e adolescentes.
    Em adolescentes o suicídio é a segunda ou terceira causa principal de morte entre os 15 e 19 anos. Tornando-se, assim, uma questão de saúde pública. O comportamento suicida em crianças e adolescentes muitas vezes é influenciado pela presença de outros transtornos mentais e outras doenças que afetam o cérebro. Mas há também fatores sociais e psicológicos como; ausência de limites, que levam os jovens a uma sensação de abandono e falta de direcionamento da vida, pressão intensa dos pais ou responsáveis, para eles serem bem sucedidos, causando na criança um sentimento de incapacidade para corresponder ao esses anseios dos pais, que são muito comuns na fase da adolescência dos filhos. Também o suicídio tem o objetivo de punir as pessoas amadas para que elas fiquem sofrendo pelo resto de suas vidas com a morte do entre querido.
    Como ajudar às pessoas com ideias suicidas: cuidado clínico levando ao psiquiatra, atenção e cuidado da família e dos amigos, sem, no entanto, ficar comentando com a pessoa sobre seu problema, levar a sério seus comentários suicidas, não subestimar, mas também não alimentar.
    Observação do comportamento suicida: alterações de comportamento, desânimo, auto-estima baixa, alterações do sono e do apetite, falta de concentração na escola e abandono de realização de tarefas escolares, queixas de dores sem motivos físicos. Colocações como: "deveria não ter nascido", "queria dormir e nunca mais acordar", "quero morrer", "ninguém se importa comigo", "essa vida não presta". Essas afirmações e outras nesse sentido, complementadas com as manifestações já descritas, devem ser levadas a sério como indicativo de comportamento suicida. A ameaça ou a tentativa de suicídio representam uma importante comunicação sobre a intensidade do desespero da pessoa. Esses comportamentos já são motivos para o encaminhamento dessa criança ou adolescente ao médico. Não ficar esperando para ver o que irá acontecer, mesmo porque esses sentimentos, mesmo que não levem a pessoa a tentar se matar, já são bastante indicativos para o encaminhamento clínico. Por que médico? Porque a causa do comportamento suicida, está muitas vezes ligada à depressão maior que é uma disfunção neuroquímica e requer tratamento químico, isto é, medicamentoso e somente o médico poderá diagnosticar e prescrever.
     Conjuntamente com o médico pode-se ou deve-se tratar também com psicólogos, psicanalistas ou hipnólogos. Prestar atenção no andamento do tratamento psicológico e nos seus resultados para se for o caso redirecionar. Procurar ajuda no serviço de saúde mental e nos postos da família.
    Próximo tema: Obesidade infantil.

Professora Josefa Libório: psicanalista e hipnoterapeuta.
    

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