Estou abrindo este blog com este texto da revista Mente e Cérebro. O objetivo deste blog é divulgar a discussão em torno do tratamento psicanalítico e da formação do psicanalista. Não
entendo direito essa formação não acadêmica, mas como a psicanálise é uma profissão aprovada pela classificação brasileira de profissões... Resolvi me interessar pelo assunto e estou fazendo o curso através de uma sociedade chamada ABEPE. Espero que este blog seja visitado por muitas pessoas ilustres do meio psicanalítico e por todos os interessados e intelectuais do Brasil e da Terra. Para isso coloquei o tradutor.
Cura pela Palavra - Revista Mente e Cérebro
Neuroimagens mostram que a psicoterapia pode reorganizar circuitos
neurais
Uma das principais críticas às ideias de Sigmund Freud sobre o
funcionamento da mente é a suposta ausência de comprovação científica, apesar
dos resultados práticos no tratamento do sofrimento psíquico e seus sintomas.
No entanto, os avanços na técnica de neuro-imagem têm possibilitado o
estudo dos efeitos cerebrais do método da “cura pela palavra”.
Duas pesquisas, da Universidade de Amsterdã e da Universidade de São
Paulo (USP), mostram que a psicanálise e a psicoterapia causam alterações em
áreas neurais relacionadas à tomada de decisões e ao controle das emoções.
Pesquisadores holandeses registraram durante quarto meses a atividade cerebral
de 35 voluntários diagnosticados com transtorno de estresse póstraumático
(TEPT). Parte deles frequentou sessões de psicanálise e o restante não passou
por nenhum tipo de psicoterapia. As imagens revelaram que o grupo que fez o
tratamento apresentou maior atividade no córtex pré-frontal. Além disso, os
pacientes mostraram- se menos aflitos ao falar sobre suas recordações e
relataram menor frequência de pesadelos e pensamentos recorrentes.
O outro estudo, do Instituto de Psicologia da USP, avaliou os
resultados da terapia cognitiva (TCC) e obteve dados parecidos. O psicólogo
Julio Peres acompanhou por dois meses o tratamento de 16 voluntários com TEPT
submetidos a sessões semanais de psicoterapia de exposição e reestruturação
cognitiva, que consiste em confrontar o paciente com sua experiência traumática
e estimulá-lo a reavaliar o próprio medo.
As neuroimagens registradas ao longo do experimento mostraram que a
atividade da amígdala – região relacionada à vigilância, à percepção de ameaça
e às emoções – diminuiu em comparação com o grupo de controle, formado por 11
pessoas. Esse experimento indica que o tratamento pode modificar circuitos
neurais. Segundo Peres, as alterações concentram-se em áreas relacionadas a
dores e dificuldades, o que evidencia o potencial terapêutico da psicoterapia.
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