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sábado, 5 de setembro de 2020

Ciúme

    Ciúme mata e por isso precisa de tratamento. Quantos crimes passionais são cometidos por ciúmes infundados, isso mesmo, porque a única fundamentação do ciúme é psicológica e subjetiva, isto é: pertence ao ciumento. Todo ser humano sente ciúmes por isso vamos abordar o ciúme quando o mesmo se torna em doença, fica patológico. O ciúme é um sentimento natural. Ele surge de repente, quando sentimos que vamos perder algo ou alguém a quem somos apegados. Quando se trata de ciúme por pessoas, estamos diante de um problema de insegurança, talvez trazido por traumas vividos na infância em relação aos pais ou a um dos pais, a irmãos ou à questões relacionadas ao complexo de Édipo não resolvido entre os 4 e 6 anos. Quando o ciúme é patológico e entre casais, o ciumento perde o senso da razão e passa a ter reações físicas, mentais e comportamentais até bizarras, e, do ponto de vista de quem observa, incompreensíveis. Muitas vezes essas reações aparecem sem que a pessoa tenha motivo algum para esse comportamento. O ciúme se torna patológico quando a pessoa não consegue mais dominar seus acessos e passa a se prejudicar e a prejudicar as pessoas a quem ama. Também é um sintoma de patologia a falta de controle dos sentimentos e das ações e reações rompantes, praticadas pelo ciumento com comportamentos totalmente irracionais e incontroláveis, causando, às vezes, até o rompimento dos relacionamentos amorosos. Quando no casal os dois têm síndrome patológica de ciúmes, o caso é ainda mais preocupante. As famílias precisam fazer intervenções e convencer o casal a procurar ajuda psicológica, pois, nesse caso, o ciume pode provocar tragédias irreparáveis na família.

    Quando o ciúme se transforma em patologia a pessoa fica habitada por pensamentos perturbadores e passa a misturar imaginação e realidade, o que conta, para ela, é a imaginação e não a realidade. Não importa a verdade do outro, o que tem importância é o que a pessoa imagina do outro e o pior é que ela vai criando fatos imaginários cada vez mais frequentes, chegando até ao delírio. Assim a vida dela e da vítima vão ficando insuportáveis. Aparecem as irritações, a sensação de ser incompreendida, não valorizada, preterida, traída, ignorada, abandonada, etc. Até os relacionamentos vividos no passado pelo parceiro/parceira, são motivos de ciúmes e até as pessoas que não apresentam mais importância para o parceiro são motivos para confrontação. O hilário é que às vezes a pessoa do passado da outra já morreu. E o outro pode dar motivos para ciúmes? Pode, mas não ciúme patológico. O ciúme é subjetivo é um problema do ciumento, independente do que o outro faça.

    Na abordagem analítica do ciúme é preciso investigar desde traumas infantis, resolução do complexo edipiano e até se há comorbidades psicopatológicas associadas ao transtorno do ciúme. O caminho mais indicado para resolver essa patologia é buscar ajuda profissional.

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