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terça-feira, 8 de setembro de 2020

O bem e o mal coexistem

    Estamos vivendo um período de transição, uma vez que a revolução da comunicação e da informação se deu muito rápida e não houve tempo para a adequação da geração mais idosa. Assim dentro da mesma revolução convivem os que já nasceram nesse mundo digital e os que nasceram antes dessa revolução. porém todos estamos inseridos nessa mesma realidade. Os mais novos são os grandes produtores de apps, mídias e de conteúdos. É uma revolução onde os mais novos têm muito o que ensinar. Há pouco tempo parecia que quem tinha a autoridade do ensino era os mais idosos. Aos jovens cabia aprender e muitas vezes sem contestação. As escolas estão se digitalizando, se midificando e aí entra o domínio do jovem para ajudar na divulgação dos conteúdos via aplicativos, mídias e plataformas de ensino. Se pendermos para o lazer vamos perceber que a maior parte dos conteúdos de entretenimento são virtuais. É um motivo de preocupação para os pais uma vez que eles sabem que não têm controle sobre o material que seus filhos, muitas vezes pequenos ainda,estão acessando.

    Pierre Levy fala de uma "inteligência coletiva", mas a inteligência humana é inerente ao sujeito. De tudo que está disponível na rede, uns usam para crescer como ser humano, para aprender novas coisas úteis que facilitam a vida, para estudar conteúdos acadêmicos, acessar informações, aprender profissões etc. Outros usam para alimentar a devassidão, praticar crimes, consumir jogos indiscriminadamente e ser massificado na multidão dos que são levados a ser usados como objetos de consumo e de manipulação. Essas duas categorias podem se misturar numa mesma pessoa. Contudo tem muita gente que usa a rede para lucrar com a produção de conteúdos, nem sempre recomendáveis. Há os produtores e os meros consumidores que vivem para dá lucro aos que produzem conteúdos. A rede também é mundo real e não modifica a índole humana por si só. Vai-se buscar na internet o que se fantasia para a vida.

    Nesse transição, crianças, adolescentes e jovens deixam de ouvir os pais para seguir os influenciadores. Os pais ficam um pouco perdidos, só que eles precisam se lembrar de quantos elogios fizeram às crianças pequenas quando elas aprendiam a "mexer" no celular e no computador, construindo nelas a crença de que usar esses objetos eram comportamentos bons, aceitáveis e louváveis pelos pais. Nesse labirinto tem um monstro e se não cuidarmos dos nossos filhos ele os devoram. O que mais os produtores de entretenimentos querem é que os consumidores fiquem viciados em seus produtos e para isso recorrem à programação neurolinguística, psicologia infantil e juvenil estratégias de marketing digital e a todos os tipos de artifícios capazes de produzir sensações psicológicas agradáveis em seus usuários. Até as cores usadas são direcionadas para o aumento do consumo de seus produtos.

    O bem e o mal estão presentes em todos os lugares, cabe-nos escolher o bem e ajudar aos nossos filhos a fazerem o mesmo. Não posso deixar de registrar que muitos pais reclamam do vício de seus filhos em computadores e celulares, mas não dão outra opção às crianças, não brincam, não passeiam e não fazem nenhum atividade física com elas. Muitas vezes eles também são viciados em mídias.

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