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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Entenda seu inconsciente

    Esse ilustre detectado por Freud é que influencia nossas escolhas e atitudes. É ele que nos ajuda a organizar nossa memória, desejos e experiências. Quando queremos esquecer certas experiências ou quando simplesmente elas são traumáticas o inconsciente as absorve e depois vai liberando-as suavemente em sonhos e fantasias. Muitas vezes nos pegamos sonhando acordados como diz a música, “Sozinho: Caetano Veloso” e é verdade “a imaginação é a louca da casa”, como diz Santa Teresa de Ávila. Todos esses comportamentos de dizer não quando se quer que seja sim e dizer sim quando se quer que seja não, tem a ver com mecanismos de defesa e, portanto com o inconsciente. Aos poucos ele vai se nos revelando através de sonhos, atos falhos, desejos, imaginação, esquecimentos, lembranças boas ou ruins que surgem de repente e sem motivo algum para o seu aparecimento, transferências etc.

    Depois de revelado por Freud, o inconsciente passa a ter um papel importante em nossas relações pessoais. O inconsciente não é uma invenção de Freud, ele sempre existiu, segundo Lacam desde que organizamos nosso sistema de comunicação pela fala. O que Freud fez foi usá-lo para revelar o sujeito a si próprio, aliviando sofrimentos psíquicos, neuroses e sintomas. Colocando a pessoa de bem consigo mesma. A análise modifica as pessoas sem que elas se esforcem para isso. Após algum tempo de análise, muitas pessoas se perguntam surpresas “o que acontece”. Elas ficam menos repetitivas, mais assertivas e mais independentes, mas não sabem precisar em que momento essas transformações ocorreram. Outras deixam vícios de fumar e de tomar bebidas alcoólicas sem nunca mais sentir falta desses vícios. Resolvem as neuroses, ficam mais calmas e de bem consigo mesmas e aí vão deixando as compensações, que lhes fazem mal, sem sofrimentos.

    Por que uma pessoa que você está vendo pela primeira vez lhe incomoda sem que ela tenha feito nada de mal para você? Ela desperta um sentimento de repulsa em você e você “não vai com a cara dela”. Essas são manifestações do inconsciente que tenta lembrar algo que aconteceu e foi desagradável para você, associando o fato àquela pessoa. Sempre lembrar que o que lhe incomoda não está no outro, está em você. Assim ficará mais claro para você muitas atitudes de pessoas que lhe desagrada. Você é quem precisa resolver suas reações, então nunca será demais buscar a autocompreensão. É considerar que o outro com o qual me relaciono também tem inconsciente e por isso ele também reage às minhas abordagens, às vezes sem compreender o porque de suas reações. Nós somos interpretados o tempo todo pelo que despertamos de inconsciente do outro. Aquilo que estamos falando nem sempre é o que o outro está entendendo. Eu falo, mas o outro interpreta a minha fala e surgem os mal entendidos porque entra a vivência dos traumas paixões, sentimentos emoções vividas pelo outro que se intrometem entre nossa fala.

    Além do inconsciente se revelar por sonhos, atos falhos e atitudes impensadas, ele também se revela nos orientando, nos ajudando a encontrar soluções para nossos problemas. Por isso o melhor a fazer quando se está com um problema de difícil resolução é dormir, relaxar a mente, deixar que o inconsciente flua na imaginação onírica. Uma noite bem-dormida clareia nossas ideias e nos ajuda a ver o que não vemos no calor dos acontecimentos. Às vezes os conselhos que nos pedem para: esfriar a cabeça, descansar, tomar distância dos acontecimentos para ver melhor… São conselhos que nos remetem a deixar o inconsciente nos ajudar.

    Precisamos prestar atenção a nosso inconsciente. Ele independe do mundo externo e representa a realidade psíquica interna. O inconsciente não faz parte do sujeito ele é o próprio sujeito.


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